Casos de contágio simultâneo pelos vírus que provocam a gripe e a Covid-19 começaram a ser registrados no país. Porém, ainda há poucos dados epidemiológicos sobre a condição, que tem sido chamada de “Flurona”.
O que é?
A coinfecção pelo coronavírus e Influenza foi denominada como “Flurona”, palavra definida a partir da junção dos termos “flu” – gripe, em inglês – e “rona” – de coronavírus. De acordo com o infectologista e membro do Comitê de Enfrentamento à Covid em Belo Horizonte, Unaí Tupinambás, o cenário, com casos constantes de gripe, já era esperado. Isso porque nos últimos dois anos, poucas notificações de Influenza foram registradas.
“É um risco, pode acontecer com todo mundo e principalmente com pessoas não vacinadas. Tivemos quase dois anos sem circulação viral e, infelizmente, a procura pelo imunizante foi muito pequena. Era esperado que acontecesse no nosso outono, mas antecipou para o verão”, disse.
Onde?
Os casos de “Flurona” foram identificados pela primeira vez nos Estados Unidos, durante o primeiro ano da pandemia de Covid-19. Recentemente registrada em Israel, a dupla contaminação foi detectada em uma mulher grávida não vacinada, conforme confirmou o Ministério da Saúde israelense. A paciente recebeu alta em 30 de dezembro, após ser tratada com sintomas leves.
Preocupa?
Também segundo o infectologista, ainda não é possível precisar como será a evolução do “Flurona”, mas a circulação dos vírus pode ser de alto risco para pessoas mais vulneráveis, já que as doenças afetam o sistema respiratório.
“Ainda não sabemos ao certo, se pior ou melhor, não temos ideia porque ainda é tudo muito novo. Mas os grupos de risco continuam sendo das pessoas não vacinadas contra a Covid, ou seja, crianças, e também adultos mais vulneráveis, como gestantes, idosos e aqueles com comorbidades que, mesmo imunizados, têm vulnerabilidade maior diante das duas infecções”, concluiu o infectologista.
Quais são os sintomas?
Os sintomas das duas doenças são semelhantes. Ainda de acordo com o médico, os mais comuns são febre, dores de cabeça, no corpo e garganta, além de tosse. Sendo assim, nem sempre é possível identificar qual vírus está presente no corpo do paciente, sendo necessária a realização de exames.
As vacinas atuais protegem?
A imunização contra a Covid-19, como mostram as pesquisas e os números, é eficaz contra a doença e suas formas mais graves. No entanto, ainda é preciso seguir as demais medidas de proteção contra o vírus.
Já a vacina contra a gripe disponível nos postos de saúde não protege contra a nova cepa do vírus, H3N2 Darwin, mas garante imunização contra as outras variantes por ser do tipo trivalente.
Como se proteger?
Além da imunização, é preciso manter todas as medidas de proteção já conhecidas, como uso de máscara de proteção, higienização constante das mãos, distanciamento e, se preciso, isolamento social.