A Associação dos Mineradores de São Tomé das Letras (MG) entrou com um pedido para que a pedra quartzito, encontrada na cidade, receba um selo de certificação. O pedido foi feito junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial.
A intenção é que apenas a pedra encontrada nas jazidas do município seja identificada como “pedra de São Tomé”. “O nosso produto tem uma qualidade diferenciada, tem uma tradição de décadas, tem um mercado internacional muito consolidado, e a gente precisa que haja esse reconhecimento”, explica o presidente da Amist, Cristiano Vilas Boas.
As pesquisas para o pedido do selo já duram quatro anos e tiveram investimento de R$ 500 mil, em parceria com o Sebrae e com a Universidade Federal de Alfenas. “Também foi feito um estudo sócio cultural e histórico da região de São Tomé”.
A ideia é diferenciar a pedra extraída de outras regiões, com características semelhantes e afastar a concorrência. “Nós que temos tudo legalizado, o valor tem um custo mais alto, a gente perde muita concorrência, principalmente de grandes empresas que compram para empreiteiras”, reclama a comerciante Eledinei Begalli Andrade.
Segundo geólogos, a pedra é resistente, com maior porcentagem de quartzo que qualquer outro quartzito do mundo. “Além de ter alta dureza, ela tem um aspecto de brilho característico e uma face caraterística, tudo isso em função de origem dela”, explica o geólogo Anderson Marcos Barbosa.
Além de garantir o nome da pedra, o certificado vai trazer a localização geográfica de extração. Isso pode impulsionar as exportações, já que os mercados externos exigem o selo.
“Existem pedras que concorrem com a pedra São Tomé, mas não têm as mesmas características, a qualidade, as propriedades. Então a gente acredita num ganho de mercado por parte dessas empresas e mineradores da região”, explica Arrison Nogueira Tavares, gestor de projeto do Sebrae. O gestor também defende que, assim, o selo deve gerar mais empregos e ajudar a economia da região.