Além do Novembro Azul Pet, esse mês é preciso chamar atenção para uma grave doença que também acomete os bichinhos: o diabetes.
O diagnóstico do diabetes em cães e gatos tem crescido nos últimos anos. A veterinária Camila Canno Garcia, explica que o diabetes tipo 1 é o mais comum em cães e está associado à destruição ou disfunção das células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina, hormônio que controla a taxa de glicose no sangue. Já em gatos, é o tipo 2, associado na maioria dos casos à obesidade, sedentarismo e uso de corticoides.
Causas
Os cães de 5 a 15 anos de raças pequenas, como poodle, daschund e yorkshire, têm mais predisposição a desenvolver a doença. Entre as causas estão a propensão genética, obesidade, uso contínuo de algumas medicações à base de corticoide, o hiperadrenocorticismo (doença hormonal), a pancreatite e a doença renal.
Mas a veterinária destaca que o aumento de casos também pode estar associado à dieta e aos hábitos dos tutores, que refletem na vida de seus bichinhos de estimação. As pessoas devem ficar atentas aos sintomas como o aumento da ingestão de água, da frequência urinária, do apetite e a perda de peso. O tratamento é realizado com aplicações diárias de Insulina, dieta adequada, atividades físicas e controle de possíveis complicações.
Consequências
1 – Catarata – Alteração muito comum que ocorre devido ao acúmulo de sorbitol (produto decorrente do excesso de glicose) no cristalino, dando um aspecto opaco nos olhos e levando até à cegueira. O tratamento cirúrgico é recomendado nestes casos, e o quanto antes diagnosticada a catarata maior a chance de sucesso.
2 – Infecções – Causadas por bactérias ou fungos, são muito comuns nos pets diabéticos. Isso porque o alto teor de glicose no sangue favorece o crescimento desses microrganismos. Qualquer infecção detectada deve ser tratada adequadamente com acompanhamento do veterinário, e o não tratamento pode resultar em descontrole da glicemia.
3 – Cetoacidose diabética – Complicação gravíssima do diabetes que pode levar à morte. Ocorre normalmente nos bichinhos não tratados (os donos ainda não descobriram a doença) ou em pets instáveis (sem controle adequado). Requer internação e tratamento intensivo, e pode levar dias para estabilização do quadro.
4 – Hipoglicemia – Diminuição da glicemia, podendo levar a alterações de comportamento, andar cambaleante, convulsão e até ao coma. Ocorre normalmente por aplicação errada de insulina ou alimentação em menor quantidade que a recomendada, e pode precisar de acompanhamento do veterinário e até internação em casos mais graves.