A produção industrial brasileira cresceu 0,8% em outubro, na comparação com setembro, puxada principalmente pelos produtos alimentícios e farmacêuticos, segundo divulgou nesta quarta-feira (4) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Trata-se da terceira alta mensal seguida e do melhor resultado para outubro desde 2015, quando houve avanço de 1,5%.
Na comparação com outubro do ano passado, a indústria avançou 1%, resultado um pouco mais fraco que o de setembro (1,1%), quando interrompeu 3 meses consecutivos no vermelho na comparação interanual.
“Esse movimento de três meses seguidos de alta não era visto desde os últimos quatro meses de 2017, o que dá um pouco o tom de aumento no ritmo de produção, de uma mudança do comportamento industrial”, afirmou o gerente da pesquisa, André Macedo.
Entre os fatores que tem contribuído para uma reação da indústria está uma melhora da demanda doméstica em meio a um cenário de queda da taxa básica de juros (Selic), a inflação baixa, expansão do crédito e a recuperação gradual do mercado de trabalho, ainda que lenta e puxada pela informalidade, que tem feito aumentar a massa salarial e o número de brasileiros ocupados e com alguma renda.
Segundo o pesquisador, fatores pontuais como a liberação das contas do FGTS e a Black Friday, realizada em novembro, podem ter feito a indústria aumentar sua produção em outubro para dar conta da demanda. “São fatores que, em conjunto, nos fazem entender a produção aumentar como um todo, principalmente na parte relacionada a bens de consumo”, disse.
No ano, setor ainda acumula queda
No acumulado no ano, entretanto, o setor industrial ainda acumula queda de 1,1%. Em 12 meses, a produção manteve recuo de 1,3%, prosseguindo com redução da intensidade de perda iniciada em agosto.
A alta da produção industrial foi puxada principalmente pelos produtos alimentícios (3,4%), sobretudo açúcar e suco de laranja, e produtos farmaquímicos e farmacêuticos (11,2%).
Na outra ponta, as principais quedas foram nas atividades de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,1%), metalurgia (-3,2%) e nas indústrias extrativas (-1,1%).